um pouco de mim

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não gosta de praia. ouve yann tiersen quando sozinha quer se sentir. metida a artista e frustrada estilista. sente-se à vontade com letras minúsculas. desejo? ser dona das palavras.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

estranhas memórias

Era uma quinta qualquer.

Não, era uma quinta diferente - havia sido convidada para um jantarzinho bacana regado a vinho e papos mil. Som na caixa e muitas histórias pra contar. Até então, normal.

Conversas, bebidas, cigarros e ideias.

Foi-se o jantar.

Foi-se a bebida.

hora de dar tchau.
Não queria dar tchau, queria ficar, passar a noite toda perto daquela pessoa.

Aquela mais improvável e mais desejável de todas.

Só queria olhar, pensava. Sabia que não a pertencia - e a ninguém mais no mundo.
E de repente, ela escuta: ' - que arquinho legal!'

e pensou: 'posso ser a pessoa mais interessante do mundo, agora'.
e foi embora, porque sabia que era impossível.

e toda vez que usa aquele arquinho, pensa que chegou tarde.


sábado, 8 de agosto de 2009

aprendi

que pinot noir vai bem com feijoada.

e que a gente precisa estar na frente sempre.
antes que a gente enferruje sem perceber e caia na obsolência pra sempre.

essa semana duvidaram da existência da palavra 'odioso'.
respondi ' - sim, ela existe e eu uso muito.'

depois me pediram pra pensar em tudo o que eu ouço e que não faz bem.
pensei primeiro no 'odioso'.
justamente o que eu repito sem pensar.

mamis volta hoje. duas semanas de necessária solidão.
fez muito bem. estar em silêncio é um estado de espírito.
preciso praticá-lo mais.

e olho pras minhas fotos, todas odiosas.
vontade de fazer alguma coisa agora que não sei o que é.
sempre tenho vontade de alguma coisa que foge do meu conhecimento.

comprei canetas e canetinhas essa semana.
pra desenhar mais. estou enferrujada, meu traço anda tremido.
adoro canetinhas novas

e hoje, nada de social em vista.
vou praticar o meu traço.
a não ser que a oportunidade bata na porta, me chamando pra sair.
(troco qualquer canetinha por um papo de boteco)


ainda são 16h27

domingo, 2 de agosto de 2009

na voz de oswaldo montenegro, anoitece

Se tu falas muitas palavras sutis
Se gostas de senhas, sussurros ardís
A lei tem ouvidos pra te delatar
Nas pedras do teu próprio lar

Se trazes no bolso a contravenção
Muambas, baganas e nem um tostão
A lei te vigia, bandido infeliz
Com seus olhos de raios X

Se vives nas sombras
freqüentas porões
Se tramas assaltos ou revoluções
A lei te procura amanhã de manhã
Com seu faro de doberman

Se pensas que burlas as normas penais
Insuflas, agitas e gritas demais
A lei logo vai te abraçar infrator
com seus braços de estivador

E se definitivamente a sociedade
só te tem desprezo e horror,
E mesmo nas galeras és nocivo,
és um estorvo,
és um tumor
A lei fecha o livro,
te pregam na cruz
depois chamam os urubus.